Por ARIOVALDO IZAC
Campinas, SP, 22 (AFI) – Se rotineiramente – por motivos óbvios e ossos do ofício – tenho ocupado este espaço para críticas que se caracterizam como construtivas sobre o futebol de Campinas, nada como pleno reconhecimento sobre os méritos do treinador Cuca, do Atlético Mineiro, na goleada por 4 a 0 sobre o Maringá, na noite de quarta-feira, em Belo Horizonte.
Cuca estudou detalhadamente quem é esse Maringá e quais os caminhos indicados para que fossem colocados em prática.
Verdade seja dita que, enquanto treinador do Guarani, Maurício Souza também procurou colocar em prática o formato mais adequado na tentativa de surpreendê-lo, mas infelizmente não contava – como o seu substituto Marcelo Fernandes não conta – com ‘peças’ adequadas para que o planejamento fosse bem executado.
HOMEM A HOMEM
O que fez Cuca?
Com a clara percepção que o treinador Jorge Castilho, do Maringá, adota a marcação homem a homem – muito usada décadas passadas -, Cuca fez questão de mudar radicalmente o estilo do ‘Galo mineiro’ jogar.
Em vez de construções de jogadas lá de trás – até que sejam afuniladas – optou propositalmente pelos ‘chutões’, porém de forma organizada.
A bola alongada da defesa começava com o goleiro Everson, visando chegar no ataque montado com quatro jogadores, no velho estilo 4-2-4.
E quando rechaçada por defensores do Maringá, o Atlético Mineiro estava com as linhas avançadas e pronto para se prevalecer nos rebotes, com propósito de reiniciar construções de jogadas, novamente com passes verticais.
Esse estilo refletiu em jogo muito corrido e o Atlético ainda teve a felicidade de sair à frente do placar no final do primeiro tempo, o que facilitou a sequência da empreitada.
DESGASTE
Esse formato do Maringá de muita competitividade, com frequentes recuos de quem não está com a bola, provoca visível desgaste físico a partir dos 15 minutos do segundo tempo, e as peças de reposição para o treinador colocar em prática são de qualidade inferior.
Logo, como o Atlético Mineiro continuou com a mesma postura de atacar incessantemente, continuou construindo chances de gols, pois no enfrentamento mano a mano com defensores adversários, os seus jogadores levavam vantagem.
SABEDORIA
Assim, das oportunidades de gols construídas no segundo tempo, mais três delas foram convertidas, refletindo no clássico placar de 4 a 0.
Como é gratificante ocupar o espaço para elogios, quando merecidos, como esse em referência ao treinador Cuca.
Enquanto a maioria por aí precisa usar ‘lupa’ para detectar a cara do adversário ainda no pré-jogo, e depois ‘ronca’ quando a bola rola, Cuca deu lição de sabedoria ao colocar em prática a melhor alternativa, beneficiado, evidentemente, por contar com material humano qualificado.