São Paulo, SP, 22 (AFI) – A um pouco mais de um mês da decisão da Copa Libertadores, marcada para 29 de novembro, o Peru vive um momento de tensão política e social. O presidente José Jerí decretou estado de emergência em Lima e na cidade vizinha de Callao, após o aumento expressivo da violência e das extorsões atribuídas ao crime organizado. A medida autoriza o uso das Forças Armadas nas ruas e restringe direitos civis, como o de reunião e a inviolabilidade do domicílio.
A Conmebol acompanha de perto a situação no país, mas, por enquanto, mantém o compromisso de realizar a final em território peruano. A entidade avalia diariamente o cenário de segurança e mantém contato com autoridades locais para garantir que o evento ocorra dentro das condições adequadas.
O decreto foi publicado na madrugada desta quarta-feira (22) e terá validade inicial de 30 dias. Em pronunciamento oficial, Jerí afirmou que o governo “passa da defensiva para a ofensiva” no combate ao crime e prometeu devolver à população “a tranquilidade e a confiança perdidas nos últimos anos”.
As manifestações e confrontos que precederam a decisão do governo já haviam deixado mortos e centenas de feridos, agravando o clima de instabilidade no país. Desde a queda da ex-presidente Dina Boluarte, no início do mês, o Peru enfrenta protestos intensos contra o Congresso e o novo governo interino.
O aumento da violência em Lima é visto com preocupação por clubes e torcedores que planejam viajar para acompanhar a final. A capital peruana lidera o número de casos de extorsão no país, que subiram mais de 500% entre 2023 e 2024, segundo dados oficiais.
LIBERTADORES
Enquanto isso, os dois semifinalistas brasileiros seguem atentos aos desdobramentos. O Flamengo enfrenta o Racing nesta quarta-feira (23), no Maracanã, enquanto o Palmeiras encara a LDU, na quinta (24), em Quito. Ambos sonham com a vaga na decisão continental e monitoram a situação no país que, por ora, segue confirmado como sede da final.
A Conmebol, que já alterou sedes de finais em outras ocasiões por razões de segurança, evita falar em alternativas neste momento, mas não descarta reavaliar o local caso o quadro de instabilidade em Lima se agrave nas próximas semanas.
